domingo, 23 de outubro de 2011













Hamlet Sincrético, dirigido por Jessé Oliveira, é uma criação coletiva inspirada no clássico de William Shakespeare com o Caixa-Preta que se tornou um Cult do teatro gaúcho - reelabora o clássico a partir de uma estética negra, em que os elementos culturais afro-brasileiros servem de metáfora para contar a história.
Entre as premiações que recebeu está o de melhor espetáculo estrangeiro pela Associação dos Críticos Teatrais do Uruguai
Dirigida por Jessé Oliveira, Hamlet Sincrético é uma montagem de espaço alternativo, realizado em um amplo pavilhão, no pátio e corredores do Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, onde as cenas acontecem simultaneamente atendendo às exigências da encenação.
Hamlet Sincrético é uma montagem que transita pelo sincretismo cultural e religioso, especialmente nos cultos afro-brasileiros, no catolicismo popular e no pentecostalismo como elementos de negação da identidade, que permeiam toda a trama. Na montagem, respeita-se a ordem das cenas, mas não se reproduz os diálogos. A linguagem verbal obedece à prosódia proposta pela natureza de cada personagem.
Os personagens são encarnações de tipos ou personagens da mitologia cultural negra, em especial as religiões afro-brasileiras: Hamlet, por ser aquele que busca a justiça, estará associado ao orixá Xangô; o Fantasma Hamlet, o pai assassinado, é Oxalá; Gertrudes é uma espécie de eterna rainha do carnaval e Polônio é um ex-babalorixá que se converteu e virou um pastor evangélico, que nega sua cultura, enquanto que Cláudio é Zé Pelintra por seu caráter amoral.















Direção, iluminação e ambientação cênica: Jessé Oliveira Elenco: Adriana Rodrigues, Eder Santos, Flávio Oyá Tundê, Glau Barros, Juliano Barros, Kdoo Guerreiro, Leandro Daitx, Marcelo de Paula, Diego Neimar, Silvio Ramão, Silvia Duarte, Wagner Santos Direção musical: Luiz André da Silva Figurinos: Adriana Rodrigues, Gil Collares Assessoria em religião: Baba Diba de Yemonjá Iluminação: Miguel Tamarajó, Camila de Moraes, Jessé Oliveira produção e divulgação: Silvia Abreu












TRANSEGUN, já em sua estréia, foi um grande êxito de crítica e de público em Porto Alegre. Há alguns anos a Cidade não tinha uma temporada que mobilizasse um público tão diversificado, do ponto de vista racial para o teatro. Não só pela temática, que desperta bastante interesse, mas sobretudo, pela qualidade do espetáculo que despertou a atenção, tendo seu último final de semana platéia lotada.
Esta foi a primeira montagem desenvolvida pelo Grupo Caixa-Preta dentro do projeto de resgate da obra dramatúrgica de autores negros. A encenação da obra de Cuti visa à expressão do artista negro: autor, ator e diretor. Busca a obra de arte como espaço de reflexão e não como retrato de um gueto, isolado, à parte do contexto geral da sociedade.
O Grupo Caixa-Preta retoma, tentando resgatar e aprofundar, uma proposta de teatro realizado e identificado com afro-descendentes, da qual um exemplo foi o TEM, Teatro Experimental do Negro, liderado por Abdias do Nascimento (Rio de Janeiro). O Caixa-Preta busca um teatro comprometido e ao mesmo tempo moderno, intenso e poético.
Esta experiência busca mostrar o talento e resgatar uma dívida histórica que o teatro, bem como as demais formas de expressão artística e de comunicação, têm com o negro: o compromisso de representá-lo em todas suas dimensões.
Transegun é um diálogo com a questão da negritude por meio de uma estética que retoma elementos da cultura negra na encenação de um drama consciente. É um canto de luta, cheio de poesia, gozo e dor.

domingo, 26 de setembro de 2010

CAIXA-PRETA


Surgiu em 2002, sob a liderança de Jessé Oliveira, Vera Lopes e Márcio Oliveira, tendo logo se tornado um dos mais expressivos grupos do Rio Grande do Sul. Realizou os espetáculos:TRANSEGUN(2003), de Cuti, HAMLET SINCRÉTICO (2005), de Shakespeare, MADRUGADA, ME PROTEJA (2007), de Cuti, ANTÍGONA BR (2008), Prêmio Myriam Muniz - FUNARTE, O OSSO DE MOR LAM (2010), de Birago Diop, DOIS NÓS NA NOITE (2010), de Cuti, além do IV ENCONTRO DE ARTE DE MATRIZ AFRICANA (2006, 2007, 2008, 2009 e 2010)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009